
O que você faria
Se só te restasse um dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria
Ia manter sua agenda
De almoço, hora, apatia?
Ou esperar os seus amigos
Na sua sala vazia
Lenine
- Você ser depreciado por pessoas por ter feito algo correto;
- Você ser posto para fora por conta de características pessoais suas;
- Você ser ridicularizado em pontos fracos seus;
- Você ter seus sonhos pessoais sendo tratados como objetos de manipulação.
Essas são situações presentes no filme “O que você faria?” (El Método), que ocorre todo em uma situação de seleção para uma grande empresa, concorrida por profissionais com currículos de destaque. Julgamentos, estereótipos, máscaras e hipocrisias surgem no filme de um modo bem articulado, provocando variadas e múltiplas reflexões.
A perda da autenticidade, que faz com que pessoas ingiram alimentos com odor estranho em nome de uma situação de aparências ilustra muito bem a opressão que é gerada; a pessoa é levada a deixar de lado suas opiniões e convicções em nome do que foi eleito como prioridade. Extinguir-se. Anular-se...Em nome de quê?
Situações de agressões explícitas e outras discretas, falta de cumplicidade e desrespeito também vão sendo apresentadas. As interações sociais parecem ir nesse sentido em que os outros pouco interessam, destaca-se cada vez mais o “eu-individual” onipotente.
Cada vez percebo mais situações em que as pessoas clamam por humanidade, nas mais variadas relações perpassadas por frieza, descaso e indiferença. Não somos e possivelmente nunca seremos máquinas facilmente programadas e manipuladas. As situações demonstradas pelo filme apresentam-nos o cenário adoecedor da competição desmedida.